O piloto Danilo Santos Romano, de 35 anos, era um homem que personificava a paixão pela aviação. Na última sexta-feira (9), ele foi uma das 62 vítimas que perderam a vida no trágico acidente envolvendo o voo 2283 da Voepass.
Na segunda-feira (12), sua despedida final aconteceu em uma cerimônia marcada pela dor e pela saudade, restrita a poucos familiares e amigos próximos, no cemitério da Penha, na zona leste de São Paulo.
Atitude de sua namorada chocou a todos
A cerimônia começou às 15h30, com uma missa realizada na capela do cemitério. O ambiente estava carregado de emoção, especialmente quando os irmãos de Danilo, comovidos, ajudaram a carregar o caixão.
Seus pais, visivelmente abalados, acompanharam cada passo com uma mistura de orgulho e desolação. Danilo havia conseguido realizar seu grande sonho de infância ao se tornar piloto, uma vocação que ele cultivou desde menino.
Formado em aviação civil, ele acumulava mais de uma década de experiência na profissão, comandando diversas aeronaves, inclusive em rotas internacionais.
Sua fala chocou a todos
Danilo era casado com Thalita Machado, de 30 anos, que, em meio à dor insuportável, expressou o que sentia com uma frase que ecoou por todo o velório: “Perdi uma parte de mim”. A intensidade de sua dor era palpável, e cada palavra dela reforçava o imenso vazio que ficou após a partida do marido.
O velório, realizado horas antes do sepultamento, também foi carregado de emoção. A cerimônia aconteceu em uma igreja católica próxima ao cemitério, onde amigos e familiares puderam se despedir de Danilo.
Entre os presentes, estava Marcos, o icônico goleiro do Palmeiras e campeão do mundo com a seleção brasileira em 2002, um amigo próximo que também compartilhava a paixão de Danilo pelo time alviverde.
Até a manhã desta segunda-feira (12), 17 corpos das vítimas do voo 2283 já haviam sido identificados, com oito deles liberados para os familiares. O avião comercial, que transportava 62 pessoas, caiu em uma área residencial de Vinhedo, no interior de São Paulo, na tarde de sexta-feira (9). Infelizmente, ninguém sobreviveu ao desastre.
O Instituto Médico Legal (IML) central de São Paulo está trabalhando intensamente na identificação dos corpos, com a ajuda de mais de 40 especialistas, incluindo médicos, peritos em odontologia legal, antropólogos e radiologistas. A identificação e liberação dos corpos devem ser aceleradas nos próximos dias, graças à colaboração das famílias, que forneceram materiais genéticos e informações cruciais para o trabalho dos peritos.
O luto, agora, é acompanhado pela dolorosa espera dos familiares, que aguardam com o coração apertado para poderem dar um último adeus aos seus entes queridos. A tristeza que paira sobre todos é uma lembrança amarga da fragilidade da vida e do imenso vazio deixado por aqueles que partiram.