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Não será preso? Após repercussão Moraes admite que Bolsonaro pode ser in…Veja mais

Ministro do STF reforça cenário de inelegibilidade do ex-presidente e comenta sobre possíveis sucessores no campo bolsonarista

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou, em entrevista publicada pela prestigiada revista norte-americana, que não vê qualquer possibilidade de o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) retornar ao poder. A fala foi destacada em um perfil assinado pelo jornalista Jon Lee Anderson, divulgado nesta segunda-feira (7/4), em que Moraes traça um panorama direto sobre o cenário político brasileiro e o futuro da extrema-direita no país.

Durante a entrevista, Moraes respondeu de forma categórica sobre o destino político de Bolsonaro. “É possível que ele seja absolvido no processo criminal, pois o julgamento ainda está no início. No entanto, ele já possui duas condenações do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que resultaram em sua inelegibilidade.

Ambos os casos foram apelados, mas agora estão no STF. E eu não vejo a menor possibilidade de reversão”, disse o ministro.

A declaração chama atenção não apenas pelo seu peso institucional, mas pelo momento em que ocorre: com Bolsonaro cada vez mais acuado por investigações e afastado das disputas eleitorais, cresce a especulação sobre quem herdará seu capital político — e se alguém dentro de sua própria família teria força para continuar sua trajetória.

Tópicos que ajudam a entender o caso:

✅ Inelegibilidade confirmada

O ex-presidente foi declarado inelegível pelo TSE em dois processos distintos. Essas condenações, segundo Moraes, estão consolidadas e já foram encaminhadas para instância superior. Ainda que o Supremo Tribunal Federal possa, em tese, reverter as decisões, Moraes, que integra a Corte, reforça: “não há qualquer chance disso ocorrer”.

✅ Processo criminal ainda em curso

Apesar das condenações eleitorais, Bolsonaro também responde a processos criminais. Moraes pondera que há possibilidade de absolvição em alguma dessas frentes, mas que isso não afetaria diretamente o estado de inelegibilidade vigente.

✅ Sucessão no clã Bolsonaro

Durante a conversa, Moraes foi questionado sobre a possibilidade de Michelle Bolsonaro ou um dos filhos do ex-presidente assumir o protagonismo eleitoral em 2026. Ele reconhece que esse cenário é possível, mas destaca um fator crucial: nenhum deles possui a mesma influência nas Forças Armadas que Jair Bolsonaro cultivou ao longo de sua carreira.
✅ Forças Armadas e influência política

Um ponto relevante abordado por Moraes é o enfraquecimento do elo entre o bolsonarismo e os militares. O ex-presidente manteve, durante seu mandato, uma relação próxima com as Forças Armadas — algo que nem Michelle, nem seus filhos, replicariam com a mesma intensidade ou legitimidade.

✅ Repercussão internacional

O fato de o perfil ter sido publicado pela evidencia o interesse internacional pela figura de Alexandre de Moraes e pelo futuro político do Brasil. Jon Lee Anderson, jornalista respeitado por sua cobertura política global, retrata Moraes como um dos principais nomes na defesa da democracia brasileira frente ao avanço de discursos autoritários.

Análise: o futuro do bolsonarismo sem Bolsonaro

A fala de Moraes acende um alerta sobre a transição de liderança dentro do movimento bolsonarista. Sem a presença do ex-presidente nas urnas, o campo da direita radical poderá buscar outros nomes — inclusive dentro da própria família —, mas enfrentará obstáculos para manter a mesma base mobilizada.

Michelle Bolsonaro já vem sendo testada como figura pública e aparece com frequência em agendas políticas. Contudo, analistas políticos apontam que ela ainda carece de experiência e densidade eleitoral para assumir protagonismo. Os filhos de Bolsonaro, por sua vez, têm carreira parlamentar, mas nenhum deles se consolidou como liderança nacional capaz de replicar o impacto do pai nas urnas.

Conclusão

A entrevista de Alexandre de Moraes à não apenas nega qualquer possibilidade de retorno de Bolsonaro à presidência, como também aponta para o esvaziamento de seu projeto político pessoal. Embora ainda haja espaço para representantes do bolsonarismo tentarem manter viva a retórica conservadora e nacionalista, o desafio de se manterem relevantes sem o ex-presidente será significativo.

Ao projetar esse cenário, Moraes deixa claro que a Justiça brasileira segue vigilante diante das tentativas de desestabilização institucional. Com a inelegibilidade de Bolsonaro consolidada, o debate político para 2026 deve ganhar novos contornos — e novos protagonistas.

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