Treze dias após entrar no Hospital DF Star, em Brasília, Jair Bolsonaro enfrenta uma guerra diferente daquela que o consagrou no cenário político: desta vez, o inimigo é invisível e ataca de dentro. Internado na UTI, com quadro clínico estável, o ex-presidente trava uma batalha diária contra a gastroparesia — um distúrbio severo que impede seu estômago de funcionar corretamente — e a falência dos movimentos intestinais.

Sem poder se alimentar pela boca ou mesmo por sonda, Bolsonaro depende agora de uma nutrição feita diretamente pelas veias. Cada dia é uma conquista silenciosa, monitorada atentamente por uma equipe médica que se mantém firme na missão de restaurar suas forças.

As feridas que o tempo não cicatrizou

O drama vivido hoje por Bolsonaro é mais uma das muitas sequelas da facada sofrida em 2018, durante a campanha presidencial. A cirurgia realizada no último dia 13 visava corrigir complicações intestinais antigas, mas abriu portas para novos desafios.

As funções hepáticas, vitais para a recuperação, ainda oscilam, e a ausência de movimentos intestinais adia qualquer previsão de alta. A ordem dos médicos é clara: a alta só virá com a recuperação plena do intestino e do fígado — dois órgãos que agora contam a história da sobrevivência do ex-presidente.

Fora dos palcos: o impacto da internação no xadrez político

Enquanto Bolsonaro luta em silêncio, o Brasil político ferve. Sua ausência física gera dúvidas, provoca rumores e alimenta teorias sobre o futuro. Poderá ele retornar à arena pública em plena forma? Ou a saúde instável colocará um ponto final precoce em seus planos?

Aliados próximos, temendo o vácuo de liderança, mantêm uma campanha paralela de otimismo e fé. Para muitos, a imagem do Bolsonaro combativo permanece viva — mesmo preso a uma cama de hospital.

A pressão das investigações judiciais também não dá trégua. A internação, em vez de esfriar o ambiente, apenas acirrou ânimos e abriu novas frentes de batalha, agora nos bastidores.

Silas Malafaia e o alerta dramático: “Variações mentais” sob medicamentos

Foi durante uma visita à UTI que o pastor Silas Malafaia, aliado histórico de Bolsonaro, acendeu ainda mais o debate. Em vídeo publicado nas redes, Malafaia relatou que o ex-presidente estaria sofrendo “variações mentais” causadas por medicamentos potentes.

O pastor também disparou críticas duras contra o Supremo Tribunal Federal (STF), acusando-o de falta de sensibilidade ao intimar Bolsonaro para depoimento judicial em meio ao seu estado fragilizado.
“É desumano!”, esbravejou, dando voz à indignação de uma parcela significativa da base bolsonarista.

Enquanto isso, dentro da UTI, longe dos holofotes e dos embates públicos, Bolsonaro continua sua luta mais pessoal — uma batalha silenciosa, onde cada pequeno progresso pode definir não apenas seu futuro como paciente, mas também como líder político.