Acidente aéreo teve mais uma vítima confirmada neste sábado (10). Aeronave carregava 62 pessoas, dentre passageiros e tripulação. Não houve sobreviventes.
As famílias das vítimas estão passando por um momento extremamente difícil e estão recebendo apoio psicológico para enfrentar essa grande tragédia.
Rosemeire dos Santos, uma diarista, estava angustiada com a volta da filha. Desde a última mensagem que ela mandou no grupo da família, Rosemeire sentia um pressentimento ruim. A mensagem dizia: “Mãe, meu, duas horas de voo, vamos chegar com chuva. Que medo desse voo, juro. O avião tá velho, tem uma poltrona quebrada. Juro, que caos”.
Para tentar acalmar a filha, Rosemeire pediu que ela lesse um salmo da Bíblia. Mas, quando viu na televisão a notícia sobre a queda de um avião, seu desespero tomou conta. “Eu entrei em desespero, comecei a correr dentro de casa gritando”, relatou ela.
Rosana, a filha de 23 anos de Rosemeire, era a principal responsável pelo sustento da família. “Ela fazia tudo por nós, pelo meu marido, pelas minhas meninas. O dinheiro dela era para ajudar em casa e fazer compras”, lamentou Rosemeire. Rosana trabalhava de casa, em um escritório montado em seu próprio lar. Só saía para reuniões da empresa de agronegócio em Toledo, Paraná, a cada dois meses. Foi em uma dessas viagens que ela se tornou uma das vítimas da tragédia em Vinhedo.
No Rio Grande do Norte, Miriam Thé Maia também está enfrentando a dor da perda. Ela perdeu o irmão no acidente. “Era um marido exemplar, um pai maravilhoso, um irmão e tio que eu não consigo descrever como era especial. Ele era tudo para a gente”, disse Miriam, emocionada.
Constantino Thé Maia, irmão de Miriam, tinha 50 anos e era representante comercial. Ele não estava na primeira lista de passageiros divulgada pela companhia aérea, mas a confirmação de sua presença só chegou no sábado (10). A VoePass explicou que houve um problema técnico com as validações de check-in e contagem de passageiros e confirmou a informação somente quando teve certeza. Renata Thé Maia, sobrinha de Constantino, relatou: “Quando saiu a lista oficial e não tinha o nome dele, tivemos uma nova esperança. Mas hoje de manhã saiu o pronunciamento oficial da VoePass dizendo que ele realmente estava a bordo e que houve um erro no check-in. Esse tempo de espera foi terrível, cheio de angústia e desespero”.
A maioria dos passageiros era de fora do estado de São Paulo. As famílias que vieram para reconhecer os corpos estão hospedadas em um hotel na região central de São Paulo e recebem apoio psicológico e jurídico. O Instituto Médico Legal (IML) central está trabalhando exclusivamente na identificação das vítimas. O capitão Roberto Farina, porta-voz da Defesa Civil de São Paulo, afirmou: “O serviço será 24 horas para atender às necessidades das famílias das vítimas. O trabalho vai continuar durante a tarde, a noite e o tempo que for necessário para resolver esse problema”.
A situação é angustiante para todos envolvidos, e o suporte oferecido busca aliviar um pouco da dor e do sofrimento dessas famílias.