Brasília (28/04) — Após 17 dias sob cuidados intensivos, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) alcançou um marco importante em sua recuperação. De acordo com boletim médico divulgado nesta segunda-feira, Bolsonaro iniciou a ingestão de líquidos por via oral, um sinal de evolução após semanas sendo alimentado exclusivamente por nutrição endovenosa.

No entanto, a jornada de reabilitação ainda é longa e repleta de cuidados extremos, refletindo a gravidade do quadro enfrentado desde a cirurgia de desobstrução intestinal realizada em meados de abril.

Água, chá e gelatina: primeiros testes para um organismo fragilizado

A reintrodução da alimentação oral será feita com extrema cautela. Inicialmente, Bolsonaro poderá consumir apenas água, chá e gelatina — líquidos leves e de fácil absorção. A alimentação parenteral (intravenosa), no entanto, continuará como principal fonte calórica e nutricional.

“Hoje, iniciaremos a oferta oral de água, chá e gelatina. Mantém-se o suporte calórico e nutricional por via parenteral”, reforçou o boletim médico, destacando que qualquer avanço dependerá da resposta do organismo a essa nova fase.

Esse pequeno, mas crucial, passo surge após uma série de sinais positivos no quadro clínico, especialmente relacionados à função hepática e ao retorno dos movimentos intestinais — elementos essenciais para a retomada da alimentação plena.

Recuperação gradual, mas sem previsão de alta

Embora a evolução clínica seja motivo de otimismo moderado, a situação de Bolsonaro ainda exige vigilância máxima. Ele permanece isolado na UTI, com visitas proibidas, para minimizar qualquer risco de infecção.

O boletim enfatiza que Bolsonaro não apresenta febre, está sem dor, com pressão arterial controlada e exames laboratoriais em melhora contínua. Mesmo assim, a recomendação de manter o isolamento é reforçada, assim como o cuidado rigoroso com trombose venosa, uma ameaça comum em longos períodos de imobilidade.

A ausência de previsão de alta reforça a necessidade de uma abordagem lenta e segura, respeitando o tempo de recuperação do corpo após uma cirurgia considerada de alta complexidade.

O desafio adiante: reabilitação completa ainda é um longo caminho

Desde sua internação em 12 de abril, após sentir-se mal durante um evento em Natal (RN), Bolsonaro vem travando uma luta silenciosa pela estabilidade clínica. Agora, cada fase da recuperação — da hidratação oral à introdução de alimentos sólidos — será monitorada minuciosamente.

A expectativa dos médicos é de que a evolução seja lenta e que cada pequena vitória seja celebrada com responsabilidade. Tolerância alimentar, fortalecimento muscular e recuperação plena das funções intestinais são metas que ainda exigem tempo, paciência e vigilância.

Por enquanto, o ex-presidente segue sob olhos atentos, enquanto seus apoiadores, ansiosos, aguardam novos boletins que indiquem o próximo passo rumo à alta hospitalar.