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Bolsonaro deixa hospital após cirurgia mais complexa desde a facada de 2018

Após três semanas internado em Brasília, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deixou neste domingo (4) o hospital onde passou por uma cirurgia delicada no sistema digestivo. A alta médica marca o fim de um dos episódios mais críticos desde o atentado que sofreu em 2018, com complicações decorrentes da facada que seguem afetando sua saúde até hoje.

O clima no momento da saída foi leve: ao conversar com apoiadores na porta do hospital, Bolsonaro brincou ao dizer que quem vai garantir sua disciplina agora é Michelle Bolsonaro. “Quem vai me fazer seguir [as ordens médicas] é uma tal de Michelle. O que você acha?”, disse, arrancando risos.

Crise abdominal e cirurgia de 12 horas

A internação teve início em 12 de abril, mas os primeiros sintomas apareceram durante uma agenda no interior do Rio Grande do Norte, onde o ex-presidente relatou fortes dores abdominais. Após atendimento inicial, foi transferido com urgência para Brasília. O diagnóstico: obstrução intestinal grave, causada por aderências no intestino delgado — sequelas diretas da facada de 2018.

A cirurgia, chamada de laparostomia exploratória, durou cerca de 12 horas. Segundo os médicos, foi o procedimento mais longo e complexo enfrentado por Bolsonaro até hoje. “Agimos com extremo cuidado, dada a gravidade do quadro e o histórico cirúrgico do paciente”, informou um dos cirurgiões.

Recuperação será longa e exigirá vigilância

Apesar da alta hospitalar, a recuperação de Bolsonaro está apenas começando. Os médicos orientaram repouso absoluto, dieta controlada e vigilância constante. Ele deverá ficar afastado de atividades políticas por tempo indeterminado, enquanto o foco se mantém em sua reabilitação.

Michelle Bolsonaro, presença constante ao lado do marido desde a internação, assume agora papel decisivo nos cuidados pós-operatórios. Nas redes sociais, ela agradeceu o apoio dos seguidores e ressaltou a importância da fé e da família durante esse momento delicado.

Saúde delicada e futuro político incerto

A facada de 2018 deixou marcas profundas em Bolsonaro — físicas e políticas. Sete cirurgias depois, ele ainda lida com complicações como obstruções intestinais e dores crônicas. Especialistas reforçam que as sequelas de lesões abdominais desse tipo podem surgir anos após o trauma inicial, exigindo tratamentos contínuos.

Sua recuperação acontece em um momento-chave para o cenário político. Com as eleições municipais de 2024 se aproximando, a dúvida que paira é: até que ponto sua saúde impactará sua atuação como liderança da oposição? Enquanto isso, Michelle Bolsonaro ganha cada vez mais espaço — dentro e fora da política.

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