Em pleno Dia da Mentira, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou ao centro da cena política com uma publicação incisiva que agitou as redes sociais e reacendeu a tensão entre os Três Poderes. Com frases afiadas e sarcasmo calculado, Bolsonaro ironizou diretamente o presidente Lula (PT) e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), usando a data simbólica como pano de fundo para uma crítica devastadora.

“O Dia de Vocês”: Críticas Afiadas e Sarcasmo no Alvo

Na publicação feita na manhã desta terça-feira (1º), Bolsonaro usou o tom que sua base conhece bem — irônico, direto e provocador. “Parabéns a Alexandre de Moraes e a seus aliados”, escreveu o ex-presidente, listando uma série de temas sensíveis: o inquérito do suposto golpe, investigações sobre vacinas e joias, e até mesmo a “defesa da democracia com censura”, segundo suas palavras.

Sem citar nomes diretamente, Bolsonaro constrói uma narrativa em que coloca o STF e o governo atual como protagonistas de um enredo de mentiras e abusos. O uso do sarcasmo não é por acaso: ele visa mobilizar sua base, desgastar seus opositores e retomar o protagonismo na arena digital e política.

Lula na Mira: “Cadê a Picanha?”

O presidente Lula também foi alvo da ironia bolsonarista. Ao mencionar uma das promessas mais simbólicas da campanha petista — o retorno da picanha à mesa do povo — Bolsonaro escreveu:
“Parabéns também ao Lula, pela picanha que nunca chegou e ainda ficou mais inacessível.”

A crítica, embora travestida de ironia, toca em uma ferida real da população: o aumento contínuo dos preços dos alimentos. Apesar das promessas do governo, o poder de compra da população continua pressionado, e a tão falada “picanha” virou um símbolo do que não se cumpriu.

Recentemente, Lula reforçou esse compromisso durante evento em Sorocaba (SP), prometendo: “Vocês vão voltar a comer picanha”. A publicação de Bolsonaro foi uma resposta direta, e viralizou em grupos bolsonaristas, reforçando a polarização e inflamando o debate político nas redes.

Repercussão, Polarização e a Guerra de Narrativas

O post de Bolsonaro dividiu opiniões. Aliados comemoraram a ousadia, enquanto críticos denunciaram desinformação e ataques ao Estado de Direito. O STF ainda não comentou oficialmente, mas fontes próximas à Corte avaliam que manifestações desse tipo apenas intensificam a crise institucional e alimentam discursos de ruptura.

A movimentação de Bolsonaro mostra que, mesmo fora do Planalto, ele continua a ser um ator decisivo no tabuleiro político. E ao usar datas simbólicas como o Dia da Mentira para questionar seus opositores, ele transforma o debate público em um espetáculo de narrativas conflitantes — cada vez mais inflamado e menos institucional.