A tarde de sábado (9) acabou virando tragédia no interior do Maranhão. Um pequeno avião caiu no município de Santo Amaro, região conhecida pelas dunas e lagoas cristalinas do Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses. No acidente, duas pessoas perderam a vida. A aeronave, segundo informações confirmadas, era de propriedade do deputado estadual Francisco Nagib (PSB-MA).
O impacto foi tão forte que, em vídeos e fotos que logo se espalharam pelas redes sociais, dava pra ver o avião praticamente destruído, virado de cabeça pra baixo, no meio de uma área de difícil acesso. A cena, além de chocar, chamou atenção pela velocidade com que moradores e curiosos se aproximaram para tentar entender o que tinha acontecido.
Um dos ocupantes foi identificado: Victor Manoel Britto, que estava no comando no momento da queda. Jovem, piloto experiente, mas também conhecido pelo carisma e pela paixão pela aviação, Victor era próximo do próprio Nagib. Em nota e também em publicações online, o deputado lamentou profundamente a perda, descrevendo o amigo como “um jovem cheio de vida, apaixonado, com tantos sonhos pela frente” e dizendo que a amizade entre eles nasceu graças à aviação.
A segunda vítima era uma mulher, que, até o momento, não teve o nome divulgado. Isso fez aumentar as especulações nas redes — gente tentando adivinhar quem seria, outros pedindo respeito pela família e pelo momento delicado. É o tipo de situação em que a curiosidade popular se mistura com a necessidade de respostas, e o silêncio das autoridades, embora necessário, acaba gerando ainda mais questionamentos.
As causas do acidente ainda estão sob investigação. Técnicos da Aeronáutica e da Polícia Civil foram deslocados para o local, mas, devido à geografia complicada e ao horário, parte dos trabalhos foi adiada para o dia seguinte. Especialistas comentam que, em casos assim, a apuração leva tempo, já que é preciso analisar condições climáticas, manutenção da aeronave, rota e até comportamento do piloto nos minutos finais do voo.
O caso repercutiu fortemente no Maranhão, não só pelo perfil das vítimas, mas também pela localização do acidente. Santo Amaro é um destino turístico em alta, inclusive nesta época do ano, quando as lagoas estão cheias. Vários turistas, hospedados na cidade, acompanharam de longe a movimentação das equipes de resgate.
Além da dor e do luto, a tragédia também abriu espaço para discussões sobre segurança na aviação de pequeno porte. Nos últimos meses, houve outros acidentes semelhantes pelo Brasil, alguns envolvendo aeronaves de políticos e empresários. Para muita gente, é um alerta sobre a importância de manutenção rigorosa e treinamento constante, ainda mais em regiões de difícil pouso.
No domingo (10), familiares e amigos começaram a se mobilizar para organizar o velório de Victor. Pelas redes, mensagens de despedida se multiplicavam, com fotos antigas, lembranças de voos e histórias compartilhadas. Alguns colegas de profissão reforçaram que ele era “daqueles que voavam com a alma”, expressão que, no meio, significa alguém que une técnica com paixão genuína pelo que faz.
Já a identidade da mulher, por enquanto, segue mantida em sigilo a pedido da família. O que se sabe é que ela não era da região e tinha viajado recentemente ao Maranhão.
Enquanto isso, Santo Amaro, que costuma ser cenário de férias e alegria, ficou marcado por um silêncio estranho. O som do vento nas dunas e o movimento das águas das lagoas contrastavam com a lembrança recente das sirenes e da correria no dia anterior. Uma prova de que, às vezes, até os lugares mais lindos carregam histórias de dor.
