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Em pleno julgamento: Moraes decide liberar Bolsonaro para at… Ler mais

STF autoriza Bolsonaro a realizar procedimento médico sob escolta

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) recebeu autorização do Supremo Tribunal Federal (STF) para se submeter a um procedimento médico neste domingo (14), em um hospital particular de Brasília. A decisão foi assinada pelo ministro Alexandre de Moraes no último dia 8 e atende a um pedido da defesa de Bolsonaro, que atualmente cumpre prisão domiciliar desde 4 de agosto.

De acordo com o relatório médico apresentado à Corte, o procedimento será para a remoção de lesões dermatológicas, consideradas relevantes para a prevenção de possíveis complicações de saúde.

Escolta e segurança reforçada para o deslocamento

O despacho determina que todo o deslocamento de Bolsonaro até o hospital será realizado sob escolta da Polícia Penal do Distrito Federal, com reforço das medidas de segurança já adotadas desde sua prisão domiciliar. O transporte será rigidamente monitorado e todas as etapas do trajeto deverão ser acompanhadas por autoridades de segurança.

Moraes também foi claro ao estabelecer que a permanência do ex-presidente no hospital deve se limitar estritamente ao período necessário para a realização do procedimento, não sendo autorizada internação prolongada ou pernoite, salvo em caso de emergência devidamente comprovada por relatório médico.

Atestado médico obrigatório em até 48 horas

Como parte das exigências impostas pelo STF, Bolsonaro terá até 48 horas após o atendimento médico para apresentar um atestado oficial, assinado por profissional de saúde, contendo:

  • Data e hora do procedimento;

  • Diagnóstico clínico que justificou a intervenção;

  • Condições de saúde do paciente;

  • Comprovação de retorno à residência sob custódia.

Segundo Moraes, essa medida tem o objetivo de garantir transparência e evitar qualquer desvio de finalidade da autorização judicial. A decisão, segundo o despacho, é estritamente provisória e não representa qualquer tipo de flexibilização das demais regras estabelecidas no regime domiciliar.

Medidas cautelares seguem em vigor

O ministro também reiterou que permanecem válidas todas as demais medidas cautelares impostas anteriormente. Entre elas, destaca-se a inspeção obrigatória dos veículos que entram e saem da residência de Bolsonaro, determinada em 30 de agosto, e que permanece em vigor mesmo durante o período de deslocamento para o hospital.

A Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal foi novamente oficiada para supervisionar todas as etapas da operação, desde a saída da residência até o retorno, garantindo que o procedimento ocorra com o controle necessário. A decisão foi comunicada à Procuradoria-Geral da República (PGR) e à equipe de defesa de Bolsonaro.

Justiça busca equilíbrio entre saúde e cumprimento da pena

A decisão do STF foi interpretada por juristas como um exemplo do esforço da Justiça em conciliar o direito à saúde com o cumprimento rigoroso das sanções penais. Especialistas em direito penal ouvidos por veículos da imprensa ressaltam que, embora o ex-presidente esteja sob medida cautelar severa, ele continua tendo direito à assistência médica adequada — assim como qualquer outro cidadão em privação de liberdade.

A diferença, neste caso, está no nível de vigilância, fiscalização e transparência exigido pelas autoridades, em função da repercussão pública que envolve a figura de um ex-chefe do Executivo federal.

Defesa mantém silêncio, mas monitora repercussão

Até o momento, a defesa de Jair Bolsonaro não se manifestou publicamente sobre a decisão de Moraes. No entanto, fontes próximas ao ex-presidente indicam que o objetivo é garantir que o procedimento ocorra dentro da normalidade legal e médica, evitando qualquer brecha que possa ser interpretada como desrespeito às determinações judiciais.

A expectativa da equipe é que a intervenção médica seja realizada em caráter ambulatorial, com duração breve e sem necessidade de internação. Caso não surjam complicações, Bolsonaro deverá retornar à sua casa no mesmo dia, retomando as condições normais de prisão domiciliar.

Contexto político e jurídico delicado

O pedido de autorização médica acontece em meio a um ambiente de crescente tensão jurídica envolvendo o ex-presidente. Bolsonaro é alvo de diversas investigações no Supremo Tribunal Federal, incluindo acusações relacionadas à tentativa de golpe de Estado, fraudes em certificados de vacinação, e outras supostas irregularidades durante seu mandato.

Desde o início da prisão domiciliar, o ex-presidente tem sido submetido a monitoramento constante por parte das autoridades, e qualquer movimentação fora do previsto tem sido analisada com rigor pelo Judiciário. A ida ao hospital, embora justificada por motivos de saúde, não deixa de ser observada com atenção pela opinião pública e pela classe política.

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