Empresário morto no Autódromo: laudo mostra que ele não bebeu e nem fumou

Mistério no Autódromo de Interlagos: Laudo toxicológico contradiz versão de amigo sobre morte de empresário
O caso do empresário Adalberto Amarilio dos Santos Júnior, de 36 anos, morto em circunstâncias misteriosas no Autódromo de Interlagos, em São Paulo, voltou aos holofotes com a divulgação do laudo toxicológico do IML. O resultado surpreendeu a todos: nenhum vestígio de álcool ou drogas foi encontrado em seu corpo. A revelação não só contradiz o depoimento do amigo que o acompanhava, Rafael Aliste, como também lança novas dúvidas sobre o que realmente aconteceu naquela noite de 2 de junho.
Laudo toxicológico derruba versão do amigo
De acordo com Rafael, ele e Adalberto teriam consumido cerca de oito cervejas e fumado maconha oferecida por desconhecidos durante o evento de motociclistas no autódromo. No entanto, o laudo oficial desmonta essa narrativa. A ausência total de substâncias no organismo da vítima indica que a versão pode ter sido deliberadamente manipulada ou, no mínimo, equivocada.
A delegada Ivalda Aleixo, responsável pela investigação, já havia sinalizado inconsistências no primeiro depoimento de Rafael. Segundo ela, havia diversas lacunas e contradições no relato. Com isso, o amigo foi chamado novamente à delegacia na última quinta-feira (12), onde prestou depoimento por mais de seis horas, desta vez na presença de uma equipe de análise comportamental que utilizou técnicas de perfilamento criminal.
Sinais de violência e novas suspeitas
Outro fato que acirrou as suspeitas foi a descoberta de escoriações no pescoço de Adalberto. Inicialmente, acreditava-se que ele havia sido encontrado sem marcas de agressão, apenas caído dentro de um buraco em uma área em obras do autódromo, sem calça, sem sapatos e em condições bastante suspeitas.
Agora, com a nova evidência, a hipótese de crime violento ganha força. A presença de marcas no pescoço pode indicar estrangulamento ou luta corporal, elementos que precisam ser profundamente investigados. A revelação muda completamente o rumo da apuração, que já deixou de tratar o caso apenas como um possível acidente.
Espera por exames cruciais e clima de tensão
Além do toxicológico, a polícia aguarda com grande expectativa o resultado de dois exames decisivos: o laudo necroscópico — que detalhará as reais causas da morte — e o exame de DNA do sangue encontrado dentro do carro da vítima. Estes resultados podem trazer à tona a presença de terceiros na cena do crime ou esclarecer o papel de pessoas próximas a Adalberto no ocorrido.
Outro obstáculo técnico enfrentado pela perícia é a baixa temperatura registrada em São Paulo nos dias em que o corpo esteve desaparecido. Segundo uma fonte da investigação, o frio pode ter ajudado a conservar o cadáver, o que dificulta a estimativa exata do horário da morte — uma peça-chave para montar a linha do tempo dos fatos.
Versões conflitantes e quebra-cabeça em aberto
Depoimentos de seguranças do evento e da esposa da vítima também foram colhidos e estão sendo cruzados com o de Rafael Aliste para buscar coerência ou contradições. Os investigadores procuram montar um quebra-cabeça ainda incompleto, onde cada nova peça parece abrir mais perguntas do que respostas.
A forma como o corpo foi encontrado — despido parcialmente e caído em um buraco — choca e alimenta diversas teorias. Teria sido Adalberto vítima de uma emboscada? Um crime motivado por razões pessoais ou profissionais? Ou ainda, poderia haver envolvimento de terceiros interessados em encobrir o que de fato aconteceu?
O empresário foi visto com vida pela última vez no dia 2 de junho, à noite. No dia seguinte, 3 de junho, seu corpo foi localizado. A diferença de menos de 24 horas entre o desaparecimento e o achado do corpo aponta para um intervalo crítico, onde tudo pode ter acontecido — e pouco foi testemunhado.
O desfecho ainda está por vir
O próximo grande passo da investigação será dado na segunda-feira (16), quando devem ser divulgados os resultados finais dos exames periciais. Enquanto isso, o caso segue envolto em mistério, versões contraditórias e uma pressão crescente por justiça.
Familiares, amigos e a sociedade esperam por respostas definitivas. O que era para ser uma noite de festa no mundo dos motociclistas se transformou em um pesadelo que envolve morte, suspeitas e silêncio. E até que a verdade venha à tona, o caso Adalberto Amarilio dos Santos Júnior continuará ecoando como um dos mais inquietantes do ano.