Impedido de deixar o Brasil, o ex-presidente Jair Bolsonaro acompanhou sua esposa, Michelle Bolsonaro, ao aeroporto de Brasília, onde ela embarcou rumo aos Estados Unidos para participar da posse de Donald Trump como presidente. A cerimônia está marcada para a próxima segunda-feira. Durante o momento, Bolsonaro se emocionou ao comentar sobre sua impossibilidade de comparecer ao evento. Ele classificou a situação como “perseguição” e admitiu estar “abalado”.
O ex-presidente teve seu passaporte retido por determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Essa medida impede Bolsonaro de sair do país e, consequentemente, de atender ao convite feito por Trump. Apesar disso, ele expressou sua gratidão pelo convite, interpretando-o como um reconhecimento de sua importância política. Segundo Bolsonaro, o gesto de Trump simboliza “a confiança de que ele pode contribuir com a democracia no Brasil”.
Enquanto Michelle embarcava para representar a família na cerimônia, Bolsonaro lamentou publicamente sua ausência em um evento que considera de grande relevância para as relações bilaterais e para sua imagem no cenário internacional. O ex-presidente destacou que, mesmo distante fisicamente, continua disposto a dialogar sobre temas democráticos e a compartilhar sua visão política com líderes mundiais.
A impossibilidade de viajar representa mais um capítulo nos desafios enfrentados por Bolsonaro após deixar a presidência. Envolvido em processos judiciais e alvo de investigações, ele tem reafirmado sua posição de que é vítima de perseguição política. Ao mesmo tempo, busca manter sua influência na política brasileira, fortalecendo alianças e promovendo seu discurso junto a apoiadores.
Michelle Bolsonaro, por sua vez, deve desempenhar um papel importante ao representar a família no evento, reforçando os laços entre o ex-presidente brasileiro e o ex-presidente norte-americano. A cerimônia de posse de Trump é vista como uma oportunidade de fortalecimento simbólico entre os dois líderes e seus respectivos movimentos políticos, ambos marcados por discursos conservadores e uma base de apoio fiel.
A situação reflete os desdobramentos complexos que Bolsonaro enfrenta no Brasil enquanto tenta manter sua relevância política e fortalecer sua rede de aliados internacionais.
