Médico de Bolsonaro rompe o silêncio, chama Michele e entrega detalhes sobre cirurgia: ‘Muitas aderências’

A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro usou suas redes sociais neste domingo (13) para dar uma atualização sobre a cirurgia do ex-presidente Jair Bolsonaro, que começou na parte da manhã. Segundo ela, o médico responsável, disse que o procedimento seria longo devido a um quadro complicado de “muitas aderências” abdominais que o ex-presidente enfrenta.
Ela postou: “Queridos, o meu Instagram, o dos filhos do meu marido e o do Partido Liberal são os únicos canais oficiais com informações verdadeiras sobre o estado de saúde do Jair. A equipe médica nos informou que será uma cirurgia longa, pois ele está com muitas aderências. Assim que possível, compartilharemos o próximo boletim médico”, escreveu Michelle, por volta das 13h.
A cirurgia começou logo cedo, e Bolsonaro avisou aos aliados que seria às 8h. Cerca de duas horas depois, o hospital emitiu o primeiro boletim, confirmando que ele estava passando pelo procedimento, mas sem dar detalhes sobre o horário exato ou a previsão de término. Pelo que a AFP reportou, a cirurgia só deve acabar depois das 18h.
O boletim médico explicou que o tipo de cirurgia que Bolsonaro está fazendo se chama laparotomia exploradora. Ela é indicada para liberar as aderências intestinais e reconstruir a parede abdominal. A decisão de realizar esse procedimento foi tomada depois que novos exames revelaram que ele estava com um quadro de subobstrução intestinal.
Essas aderências, que são faixas de tecido que surgem entre o intestino e outros órgãos, são consequência das várias cirurgias que o ex-presidente passou desde o ataque de facada que sofreu na campanha de 2018. Esse tipo de tecido cicatricial acaba prejudicando o movimento dos órgãos afetados, causando dor e desconforto.
O boletim foi assinado por uma equipe médica composta por Cláudio Birolini (chefe da equipe cirúrgica), Leandro Echenique (cardiologista), Ricardo Camarinha (cardiologista), Guilherme Meyer (diretor médico do Hospital DF Star) e Allisson Barcelos Borges (diretor-geral do hospital).
O problema de saúde de Bolsonaro começou na sexta-feira (11), quando ele sentiu fortes dores em Santa Cruz, no Rio Grande do Norte. Na mesma data, ele foi levado de helicóptero para Natal, a 122 km de distância, e no dia seguinte, transferido para o hospital DF Star, em Brasília.
Em entrevista no sábado, o médico Leandro Echenique explicou que a cirurgia seria aberta, o que significa que o médico teria que corrigir a obstrução intestinal de Bolsonaro, retirando e reposicionando uma tela que ele tem na área abdominal. Ele destacou que o procedimento seria complexo porque a área já foi bastante manipulada em cirurgias anteriores.
Na sexta-feira, outro médico, Luiz Roberto Fonseca, que atendeu Bolsonaro em Natal, relatou que o ex-presidente estava com distensão abdominal, algo que é característico de uma obstrução intestinal parcial. Essa condição dificulta a eliminação de gases e fezes, provocando dor e inchaço.
O médico pessoal de Bolsonaro, Antônio Luiz Macêdo, também falou sobre a situação e explicou que os sintomas indicam uma paralisia intestinal, um quadro onde o intestino deixa de funcionar de forma temporária, afetando até a digestão.
Vale lembrar que o episódio que levou Bolsonaro a tantas cirurgias foi o ataque de facada que ele sofreu em 6 de setembro de 2018, durante a campanha presidencial em Juiz de Fora (MG). Desde então, ele já passou por cerca de seis operações, sendo algumas diretamente relacionadas às consequências daquele atentado. A recuperação do ex-presidente continua sendo um processo delicado, e, com a cirurgia de agora, ele ainda terá um longo caminho pela frente.