Na noite desta terça-feira (22/04), uma onça-pintada voltou a aparecer no pesqueiro Touro Morto, localizado no Pantanal, o mesmo lugar onde o caseiro Jorge Ávalo, de 60 anos, foi atacado e morto pelo animal no feriado segunda-feira (21/04). A presença do felino assustou os moradores e visitantes do local novamente.
Um vídeo mostra o cunhado de Jorginho relatando que a onça destruiu a tela de proteção e invadiu a área onde o caseiro costumava limpar peixes. Ele aponta para uma pia caída no chão, dizendo que foi a onça quem derrubou o objeto. Durante a conversa, uma policial ambiental pergunta ao cunhado se ele já viu mais de uma onça por lá. Ele responde que, nesta ocasião, foi apenas uma, mas lembra que já presenciou uma briga entre várias onças no mesmo pesqueiro.
O ataque ao Jorge Ávalo aconteceu na manhã de segunda-feira (21/04). Segundo um guia de pesca que foi até o rancho buscar mel, ao perceber a ausência do caseiro, encontrou sinais de sangue e pegadas de um grande animal silvestre nas proximidades. Essas imagens foram enviadas às autoridades e também circularam nas redes sociais. Apesar de o pesqueiro ter câmeras de segurança, elas não estavam funcionando no momento do ataque.
Equipes da Polícia Militar Ambiental de Corumbá, Miranda e Aquidauana foram até o local, que só é acessível por barco ou avião devido à sua localização remota. Lá, eles encontraram vestígios do animal e acionaram o Grupamento Aéreo da Polícia Militar e a Polícia Civil, que levaram o delegado e o perito criminal até o pesqueiro para investigar o caso.
A PMA e pesquisador da UFMS estão na região a procura da onça para capturá-la e trazer para Campo Grande onde será avaliado sua mudança de comportamento.
A onça que atacou e matou o caseiro Jorge Ávalo no Pantanal pode ser capturada e levada para uma área de cativeiro. Essa medida está sendo avaliada pelo Cenap (Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Carnívoros), ligado ao ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade). A ideia é evitar que novos incidentes aconteçam na região.
O Cenap realiza estudos e trabalha no manejo e conservação de espécies de mamíferos carnívoros que vivem no Brasil. O coordenador do Cenap/ICMBio, Rogério Cunha de Paula, está a caminho de Aquidauana para conversar com os peritos que participaram do resgate do corpo de Jorginho.
Rogério explicou que a razão para a possível captura é que o animal está demonstrando sinais de estar bastante habituado à presença humana, o que representa um grande risco para pescadores, turistas e moradores da região. Além disso, não se descarta a possibilidade de que mais de uma onça esteja circulando perto do pesqueiro.
Ele destacou que a captura deve focar na onça que frequenta a área. “Se ela está visitando o local com frequência, será essa que vamos tentar capturar, não outra,” afirmou, ressaltando que a proximidade do animal ao pesqueiro aumenta o risco de novos ataques.
