Saiba o que é a esofagite, doença diagnosticada em Bolsonaro

Entenda o que é a esofagite, inflamação diagnosticada em Jair Bolsonaro
Doença afeta o esôfago e pode causar dor, queimação e dificuldade para engolir
O ex-presidente Jair Bolsonaro foi diagnosticado com esofagite, uma inflamação do esôfago, o tubo muscular que conecta a garganta ao estômago. Embora seja uma condição relativamente comum, a esofagite pode causar sintomas incômodos e, se não tratada adequadamente, levar a complicações mais graves. Mas afinal, o que é essa doença, por que ela ocorre e como é feito seu tratamento?
O que é a esofagite?
A esofagite é uma inflamação do revestimento interno do esôfago. Essa condição pode ser causada por diferentes fatores, sendo o refluxo gastroesofágico a causa mais comum. No refluxo, o ácido estomacal volta para o esôfago, irritando seu revestimento e provocando inflamação. Com o tempo, isso pode resultar em dor, desconforto e outros sintomas digestivos.
Existem, no entanto, outros tipos de esofagite além da causada por refluxo. A doença também pode ser provocada por infecções (esofagite infecciosa), reações alérgicas (esofagite eosinofílica), uso de determinados medicamentos (esofagite medicamentosa) ou até pela ingestão de substâncias corrosivas.
Quais são os principais sintomas?
Os sintomas da esofagite variam de acordo com a causa e a gravidade da inflamação, mas os mais comuns incluem:
Dor ou queimação no peito, que pode ser confundida com dor cardíaca
Dificuldade para engolir (disfagia)
Sensação de alimento preso na garganta ou no peito
Náuseas ou vômitos
Perda de apetite
Rouquidão ou dor de garganta persistente
Em casos mais graves, a inflamação pode causar úlceras ou estreitamento do esôfago, dificultando ainda mais a passagem de alimentos.
Possíveis causas da esofagite
A esofagite pode ter diferentes origens. Veja as principais:
Refluxo gastroesofágico (DRGE): A principal causa. O ácido gástrico, ao retornar para o esôfago com frequência, irrita a mucosa e provoca inflamação.
Medicamentos: Alguns comprimidos, como antibióticos ou anti-inflamatórios, quando ingeridos sem água suficiente, podem ficar presos no esôfago e causar irritação.
Infecções: Especialmente em pessoas com imunidade baixa, fungos (como a candidíase), vírus (como o herpes) ou bactérias podem causar infecção e inflamação.
Alergias alimentares: A esofagite eosinofílica é uma reação imune a certos alimentos e é mais comum em pessoas com histórico de alergias.
Substâncias corrosivas: A ingestão acidental ou proposital de produtos químicos pode provocar queimaduras graves no esôfago.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico da esofagite geralmente envolve uma combinação de exame clínico e exames complementares. O mais utilizado é a endoscopia digestiva alta, procedimento no qual um tubo com uma câmera é inserido pela boca até o estômago para visualizar o esôfago. Durante o exame, o médico pode identificar sinais de inflamação, erosões ou úlceras, além de coletar amostras para biópsia, se necessário.
Outros exames podem incluir pHmetria esofágica (para medir o grau de acidez no esôfago) e exames de sangue, caso haja suspeita de esofagite infecciosa ou alérgica.
Qual é o tratamento da esofagite?
O tratamento depende da causa da inflamação. Nos casos provocados por refluxo, o uso de medicamentos que reduzem a produção de ácido no estômago, como os inibidores de bomba de prótons (IBPs), é a abordagem mais comum. Também é recomendado adotar mudanças no estilo de vida:
Evitar alimentos gordurosos, ácidos, cafeína e álcool
Não se deitar logo após as refeições
Elevar a cabeceira da cama
Comer porções menores e mais frequentes
Para esofagites causadas por infecções, o tratamento é feito com antifúngicos, antivirais ou antibióticos, conforme o agente identificado. Já no caso de esofagite eosinofílica, pode ser necessário o uso de corticoides e a remoção de alimentos alergênicos da dieta.
Em casos mais graves ou recorrentes, pode haver necessidade de intervenções cirúrgicas, especialmente se houver estreitamento do esôfago ou complicações como o esôfago de Barrett — uma alteração que pode aumentar o risco de câncer.
Prognóstico e cuidados contínuos
Com o tratamento adequado, a maioria dos casos de esofagite tem boa evolução. No entanto, é importante seguir corretamente as orientações médicas e manter um acompanhamento regular, principalmente se a inflamação for recorrente ou tiver causas mais complexas.
No caso de Jair Bolsonaro, segundo informações divulgadas por sua equipe médica, o ex-presidente já vinha sendo acompanhado por problemas digestivos e segue em tratamento para controle dos s