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Percepção sobre o governo Lula melhora, mas Brasil segue dividido

A avaliação sobre os dois últimos governos brasileiros — Luiz Inácio Lula da Silva e Jair Bolsonaro — continua a movimentar o cenário político e social do país. Em setembro, novos dados revelaram uma leve, porém significativa, mudança na percepção da população: cresceu o número de brasileiros que enxergam o atual governo como melhor do que o anterior. Ainda assim, a polarização continua evidente e impede que qualquer narrativa domine completamente o debate.

Avanço tímido, mas simbólico

Atualmente, 38% dos brasileiros acreditam que o governo Lula é melhor que o de Bolsonaro, representando um crescimento de cinco pontos percentuais em relação aos últimos levantamentos. Essa elevação ocorre em um momento de maior visibilidade internacional para o Brasil e reforça o esforço da atual gestão em se reaproximar de temas sociais, ambientais e diplomáticos.

Ainda assim, o empate técnico persiste: outros 38% avaliam que a administração de Lula está pior do que a do ex-presidente Bolsonaro. Essa paridade estatística reflete a permanência de um país profundamente dividido em suas leituras políticas e ideológicas, onde mesmo pequenas conquistas são interpretadas de maneiras completamente distintas por diferentes grupos da sociedade.

Uma fatia do eleitorado pede equilíbrio

Um dado que chama atenção é que 22% da população considera os dois governos equivalentes. Essa parcela revela um grupo que, embora crítico, demonstra certo distanciamento das disputas passionais. Trata-se, possivelmente, de uma faixa do eleitorado que julga os governos com base em resultados concretos, mais do que por identificação ideológica.

Essa visão mais pragmática pode ganhar peso nos próximos meses, à medida que temas como inflação, desemprego e segurança alimentar continuem no centro das atenções. O governo Lula, que já não conta com a mesma margem de otimismo de seus primeiros mandatos, precisa entregar resultados tangíveis e imediatos para conquistar de vez essa população indecisa ou desiludida.

Fatores que influenciam a avaliação pública

A oscilação na percepção popular está diretamente ligada a fatores do cotidiano, como a alta de preços nos alimentos, o custo da energia, o acesso ao emprego e a qualidade dos serviços públicos. Mesmo medidas bem intencionadas ou estruturais, quando não acompanhadas de efeitos visíveis no dia a dia das pessoas, têm dificuldade de influenciar positivamente a opinião pública.

Além disso, eventos internacionais também têm impacto. A imposição de tarifas comerciais por parte dos Estados Unidos, por exemplo, repercutiu negativamente sobre setores produtivos do Brasil, especialmente no agronegócio. Isso gerou críticas à capacidade do governo em proteger os interesses nacionais no cenário global.

Polarização ainda dita o ritmo do debate

Mesmo diante de mudanças pontuais na percepção, a verdade é que o Brasil ainda vive sob a sombra da polarização política. O debate público frequentemente se reduz a comparações binárias e paixões ideológicas, dificultando uma avaliação mais complexa e equilibrada dos desafios enfrentados por qualquer governo.

Nesse cenário, a disputa entre lulismo e bolsonarismo ainda mobiliza narrativas opostas e fortalece o impasse. De um lado, há os que veem no atual presidente a retomada de políticas voltadas aos mais pobres, com programas sociais fortalecidos. De outro, os que creditam ao ex-presidente uma condução mais favorável à economia, à segurança e à liberdade de expressão, mesmo com as controvérsias envolvendo autoritarismo e negacionismo.

O caminho para consolidar apoio

Para além da comparação entre gestões, o atual desafio do governo Lula é consolidar sua base de apoio não apenas no Congresso, mas na opinião pública. E isso não virá apenas por meio de discursos ou memórias do passado. É preciso mostrar resultados concretos: crescimento econômico sustentável, controle da inflação, geração de empregos e avanço em políticas públicas efetivas.

Com as eleições municipais se aproximando, o desempenho do governo federal poderá influenciar diretamente o comportamento do eleitorado nas urnas. Os próximos meses serão decisivos para traduzir a estabilidade política em capital social e, eventualmente, consolidar a percepção de que o país voltou a trilhar um caminho de equilíbrio e progresso.

Conclusão: muito além da disputa entre nomes

A disputa entre Lula e Bolsonaro ainda estrutura boa parte do debate nacional, mas a percepção pública é volátil — e responde a fatores que vão além da política partidária. Crescer na aprovação requer mais do que comparação com gestões passadas; exige competência no presente, planejamento para o futuro e sensibilidade para ouvir o que a população realmente quer e precisa.

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