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Eduardo Bolsonaro responde Lula após ser chamado de ‘lambe-botas de Trump’: ‘Sem moral’

Eduardo Bolsonaro rebate Lula com ataques e ironias após ser chamado de “lambe-botas de Trump”

Na última terça-feira (3), o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) reacendeu as chamas da polarização política no Brasil ao responder com sarcasmo e acusações ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A fala contundente de Lula ocorreu durante um evento no Palácio do Planalto, em que acusou Eduardo de praticar atos “antipatrióticos” e até “terroristas”. O motivo? A tentativa do parlamentar de influenciar o governo dos Estados Unidos contra autoridades brasileiras.

Eduardo Bolsonaro acusa Biden de interferência nas eleições de 2022

A resposta de Eduardo veio por meio da rede social X (antigo Twitter), onde ele disparou contra Lula e subiu o tom. O deputado afirmou que o presidente “não tem moral” para falar sobre interferência estrangeira, alegando que o governo de Joe Biden teria influenciado diretamente o resultado das eleições de 2022 no Brasil. “A administração Biden interferiu nas eleições do Brasil”, escreveu Eduardo — sem apresentar qualquer prova.

A acusação é grave e, mais uma vez, eleva a tensão entre os campos políticos da direita e esquerda no país. As declarações inflamadas de Eduardo logo viralizaram, gerando debates acalorados entre apoiadores e opositores do clã Bolsonaro.

Eduardo circula nos EUA pedindo sanções contra Moraes

A situação se torna ainda mais controversa quando se considera o atual paradeiro do deputado. Eduardo Bolsonaro está nos Estados Unidos, onde vem mantendo encontros com políticos conservadores, numa tentativa de convencer o Congresso americano a aplicar sanções contra autoridades brasileiras.

Um dos principais alvos seria o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Moraes é uma peça central nos processos que investigam Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado após a derrota nas urnas em 2022. Para o governo Lula, essas ações representam uma afronta direta à soberania nacional.

Durante seu pronunciamento, Lula não escondeu a irritação. “É lamentável que um deputado brasileiro, filho do ex-presidente, esteja convocando os Estados Unidos a se intrometerem na política interna do Brasil. Isso é grave. É uma prática terrorista e antipatriótica”, declarou o presidente, elevando ainda mais o tom ao afirmar que Eduardo teria deixado o mandato “pra lamber as botas de Trump”.

Relação com Trump e o rótulo de “embaixador informal” da direita

A fala de Lula toca num ponto sensível: a ligação estreita entre os Bolsonaro e a ala conservadora americana, especialmente com o ex-presidente Donald Trump. Eduardo, inclusive, já foi apelidado de “embaixador informal” da direita brasileira nos EUA, apesar de nunca ter ocupado cargo diplomático.

Esse vínculo com figuras como Trump, Steve Bannon e outros expoentes do conservadorismo global alimenta a visão de que Eduardo atua como elo entre o bolsonarismo e a direita internacional. Do ponto de vista de seus apoiadores, trata-se de uma estratégia para fortalecer “valores conservadores”. Para seus críticos, é uma clara tentativa de minar as instituições democráticas brasileiras com apoio externo.

Riscos à democracia e o peso simbólico da acusação

A acusação de traição à pátria ou de pedir interferência externa carrega um peso simbólico enorme. E num país ainda traumatizado pelos eventos de 8 de janeiro de 2023 — quando vândalos invadiram os Três Poderes em Brasília —, esse tipo de movimento levanta alertas em todas as esferas do poder.

Desde então, qualquer tentativa de deslegitimar o resultado das eleições ou questionar a autoridade das instituições é vista com desconfiança. No cenário atual, Eduardo Bolsonaro se mantém firme, alegando que está defendendo a liberdade de expressão, combatendo abusos do STF e protegendo o país de uma suposta “ditadura togada”.

O governo Lula, por outro lado, trata essas ações como perigosas e inflamáveis. Para o Planalto, essa retórica não é apenas discurso político: é um combustível para o radicalismo, algo que ameaça diretamente a estabilidade democrática brasileira.

O embate ideológico que não dá sinais de trégua

No fundo, o confronto entre Eduardo Bolsonaro e Lula é mais do que uma troca de farpas. É um reflexo de um Brasil extremamente polarizado, onde cada gesto, fala ou postagem se transforma em munição política. O debate atual gira em torno de conceitos fundamentais como soberania nacional, liberdade, patriotismo e os limites da atuação política internacional.

Em um cenário tão dividido, qualquer movimento vira pólvora. E, ao que tudo indica, ninguém está disposto a baixar as armas tão cedo.

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