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Nada de trio elétrico: Prefeitura do Rio de Janeiro vetou último pedido de Preta Gil? Veja posição oficial das autoridades

Despedida de Preta Gil emociona o Brasil no Theatro Municipal do Rio

Nesta sexta-feira, 25 de julho, o Theatro Municipal do Rio de Janeiro se transformou em um palco de emoção, saudade e homenagens à cantora Preta Gil. Após uma intensa batalha contra o câncer, a artista faleceu no último domingo (20), aos 50 anos, e agora recebe o adeus de milhares de fãs, familiares e amigos que lotaram as imediações do centro da cidade para prestar seu último tributo.

Desde o anúncio da morte de Preta, a comoção nacional foi imediata. Redes sociais se encheram de mensagens carinhosas, homenagens de colegas da música e depoimentos emocionantes de admiradores. Sua partida não representou apenas a perda de uma cantora, mas o adeus a uma figura icônica da cultura brasileira, conhecida por sua irreverência, autenticidade e coragem em quebrar padrões.

O desejo por uma micareta como despedida

Em uma entrevista concedida em 2015 ao canal “Põe Na Roda”, no YouTube, Preta Gil revelou com bom humor e sinceridade como gostaria que fosse seu funeral: “O meu funeral, eu já falei: quero que seja uma micareta real. Se Ivete [Sangalo] for depois de mim, bota ela mesmo velha, gagá, em cima do trio”. Essa fala ressurgiu nas redes sociais após sua morte e viralizou, principalmente no X (antigo Twitter), acompanhada de frases como “Ivete, você tem uma missão”.

O desejo por um cortejo em trio elétrico representava mais que uma brincadeira: era um reflexo da personalidade vibrante de Preta, que sempre fez questão de celebrar a vida com intensidade, música e alegria. Fãs aguardavam ansiosamente por esse momento, que simbolizaria a última grande festa de uma artista que sempre viveu como um verdadeiro Carnaval.

Família opta por cerimônia contida

Apesar da expectativa popular, o cortejo em trio não acontecerá. A família de Preta Gil confirmou que o velório será realizado apenas no Theatro Municipal, das 9h às 13h, com entrada aberta ao público, mas sem desfile pelas ruas. Rumores iniciais sugeriram que a ausência do trio se devia a questões de segurança ou à negativa da Prefeitura, o que foi prontamente desmentido.

Em nota ao portal Leo Dias, a Prefeitura do Rio informou ter oferecido todo o apoio logístico necessário, incluindo mobilização da CET-Rio e da Guarda Municipal. Segundo a administração municipal, a decisão de não realizar o cortejo foi da própria família, que optou por um momento mais reservado — talvez como forma de respeitar o luto ou preservar a privacidade dos mais próximos.

Circuito de Carnaval ganha novo nome em homenagem

Mesmo sem o cortejo festivo, a cidade do Rio de Janeiro encontrou uma maneira simbólica e permanente de homenagear Preta Gil. O prefeito Eduardo Paes oficializou a mudança de nome do circuito dos megablocos do Carnaval carioca para “Circuito Preta Gil”. A decisão, publicada no Diário Oficial na terça-feira (22), eterniza o legado da artista na geografia e na folia da capital fluminense.

Criadora do icônico “Bloco da Preta”, que por anos arrastou multidões nas ruas do Rio, Preta foi responsável por devolver o brilho e a diversidade ao Carnaval de rua. Seu bloco não era apenas um evento musical, mas um espaço de inclusão, representatividade e celebração da alegria em todas as suas formas.

Um legado de liberdade e autenticidade

Mais que uma voz marcante, Preta Gil foi um símbolo de coragem, liberdade e autenticidade. Ao longo de sua carreira, quebrou tabus, enfrentou preconceitos e defendeu causas importantes como o combate à gordofobia, os direitos LGBTQIAPN+ e o empoderamento feminino. Sempre com muito bom humor, nunca teve medo de ser quem era — e por isso, conquistou o coração de milhões.

Mesmo sem a “micareta real” desejada, sua despedida aconteceu em clima de celebração. Músicas, lembranças, lágrimas e sorrisos se misturaram no Theatro Municipal, numa cerimônia onde o amor falou mais alto. Preta partiu como viveu: cercada de carinho, com sua presença marcando a alma de quem teve o privilégio de conhecê-la — seja de perto ou pelas ondas da música.

Seu corpo pode ter partido, mas seu legado permanece. A cidade agora tem o “Circuito Preta Gil”, e o Brasil, uma memória eterna de luz, coragem e festa. Porque, como ela mesma dizia, a vida é para ser celebrada. E Preta celebrou — até o último acorde.

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