A cantora e influenciadora Jojo Todynho está no centro de uma polêmica que ganhou repercussão nacional. O motivo? Uma declaração feita em novembro de 2023 durante um episódio de podcast, que gerou desconforto no Partido dos Trabalhadores (PT) e acabou virando caso de Justiça. A audiência de conciliação entre Jojo e o partido já tem data marcada: será no dia 31 de julho, às 16h30, na 28ª Vara Criminal da Comarca do Rio de Janeiro.
Esse tipo de audiência tem como objetivo principal buscar um acordo entre as partes, evitando que o processo avance para uma ação penal mais longa e desgastante. No entanto, o que está em jogo aqui vai além de um simples mal-entendido — envolve política, reputação e liberdade de expressão.
Tudo começou com a participação de Jojo no podcast da produtora Brasil Paralelo. Durante a entrevista, a artista afirmou que teria recebido uma oferta de R$ 1,5 milhão para apoiar publicamente a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições presidenciais de 2022. Segundo ela, o convite veio disfarçado de uma proposta de trabalho, mas ao perceber o real intuito — uma ação de campanha — ela recusou prontamente.
“Me ofereceram R$ 1,5 milhão para fazer campanha quando o Lula veio candidato a presidente. E eu falei que não. Ligaram, marcaram um almoço, falaram que era um trabalho, e quando eu cheguei lá era isso? Eu falei: ‘Desculpa, gente, não vai rolar’. Todas as pessoas que fizeram campanha, páginas de fofoca que estão me atacando, todos ganharam dinheiro para fazer campanha”, afirmou a cantora durante o programa.
A declaração, como era de se esperar, provocou forte reação do PT. Em nota oficial, o partido repudiou a acusação e classificou a fala como “notícia falsa”. O texto ressalta que a campanha de Lula jamais ofereceu qualquer tipo de pagamento à artista ou a outros influenciadores digitais para promover o ex-presidente.
A sigla também destacou que a entrevista foi concedida a uma plataforma de extrema-direita, o que, segundo eles, levanta questionamentos sobre o contexto em que as declarações foram feitas. Além disso, o partido relacionou o episódio com o momento político do país, mencionando investigações contra Jair Bolsonaro por tentativa de golpe e suposto plano para assassinar Lula.
Diante da gravidade das acusações, o PT decidiu tomar medidas legais, alegando que as declarações de Jojo ferem a honra da legenda e constituem difamação. O processo foi instaurado com base no artigo 520 do Código de Processo Penal, que prevê uma audiência preliminar antes do início efetivo da ação penal. Essa etapa é fundamental para oferecer às partes a chance de resolver o conflito de forma amigável.
A decisão de marcar a audiência partiu do juiz Bruno Arthur Mazza Vaccari, que assinou o despacho no último dia 16 de abril. De acordo com a determinação judicial, Jojo — cujo nome de registro é Jordana Gleise — deverá ser intimada e poderá comparecer acompanhada por um advogado de sua escolha ou, se preferir, contar com o apoio da Defensoria Pública.
Até agora, Jojo Todynho não se manifestou publicamente sobre a convocação da Justiça nem sobre o processo movido pelo PT. A ausência de um posicionamento oficial tem gerado ainda mais especulações e alimentado o debate nas redes sociais, onde o tema segue em alta.
A audiência marcada será decisiva para definir os próximos passos. Se houver acordo, o caso pode ser encerrado de forma pacífica. No entanto, se não houver conciliação, o processo seguirá adiante e poderá resultar em sanções legais mais severas, dependendo da avaliação do Judiciário.
Esse episódio chama atenção não apenas pelo envolvimento de figuras públicas, mas também pela delicada interseção entre política, opinião pública e responsabilização judicial. O caso levanta discussões importantes sobre os limites da liberdade de expressão e as consequências das declarações feitas em ambientes midiáticos.
Para o público, resta acompanhar o desfecho dessa história com atenção. A audiência de julho será um momento chave e pode trazer esclarecimentos importantes sobre o que de fato aconteceu nos bastidores dessa suposta negociação.
Por enquanto, tanto os apoiadores de Jojo quanto os defensores do PT aguardam os próximos capítulos dessa disputa que está longe de ser apenas uma fofoca de bastidores — ela carrega implicações legais, políticas e sociais que merecem atenção.
